5 de dezembro de 2009

O menino prodígio de Leopold

Não existe nenhum nome da música erudita mais conhecido que Wolfgang Amadeus Mozart (batizado Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart). Talvez apenas o de Beethoven faça alguma concorrência. Autor de quarenta e uma sinfonias, vinte e sete concertos e dezoito sonatas para piano, cinco concertos para violino, um imenso repertório camerístico, vinte e duas óperas, entre várias outras peças, Mozart foi o mais completo e influente compositor do classicismo. Sua obra abrange mais de seiscentas peças.

Nascido em 1756, foi a criança prodígio de Salzburgo. Seu pai, Leopold, era um dos mais importantes compositores da Áustria, e lhe ensinou ainda cedo a tocar cravo e violino. Escreveu sua primeira composição aos três anos de idade, um minueto para cravo. Virtuose, era levado pelo pai para se apresentar em cortes de toda a Europa, até ser, aos dezessete anos, contratado como músico pela corte de Salzburgo. Paralelamente, também trabalhava como compositor para a arquidiocese da cidade. Mudou-se para Viena, visando maiores oportunidades como compositor. Viena era, então, o principal centro cultural do continente, uma enorme atração para jovens artistas que se buscavam, de alguma maneira, sucesso e dinheiro. Salzburgo não oferecia nem um nem outro, principalmente depois que o conde Hyeronymus Colloredo, ordenado bispo, assumiu a arquidiocese da cidade. Colloredo não aceitava que um músico da corte gastasse o tempo que Mozart gastava com viagens. Lá, também trabalha como músico da corte, ao lado de Antonio Salieri. Insatisfeito com a condição de empregado, Wolfgang pediu demissão da corte do imperador José II em 1781, passando a viver da renda que obtinha em concertos e aulas.

Mozart adoeceu em 1791, morrendo no mesmo ano, aos trinta quatro anos de idade. Sua missa Requiem, encomenda de meses antes, ficou inacabada, cabendo ao aluno Franz Süssmayer a tarefa de concluí-la. Não se sabe as causas reais de sua morte. As hipóteses são em bom número: tifo, tuberculose, infecção bacteriana. Alguns defendem a hipótese de envenenamento, embora seja altamente improvável.

De todo o repertório sacro mozartiano, a Grande Missa em Dó menor K.427 é, ao lado do Requiem, a missa mais conhecida e executada. Segue a forma clássica latina das missas (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus). Incorpora toda a pompa das tradições austríacas do século XVIII, assim como mostra influência de Häendel e Bach (basta prestar atenção na fuga presente em todo o coro do Kyrie e do Sanctus, no contraponto de Quoniam tu solus, ou nas progressões do Laudamus Te).

Mozart deixou a missa incompleta. A sequência da ária "Et incarnatus est", do Credo, não foi concluída, assim como sua orquestração. O Agnus Dei também não foi escrito. Parte das partituras originais do Sanctus foi perdida (há quem acredite que os outros fragmentos citados também tenham se perdido, sendo a missa, assim, completa).

A missa foi escrita tendo como inspiração a relação de Wolfgang com o pai e com a esposa, Constanze von Weber. Sua estréia aconteceu em Salzburgo, em 1783.


Esta gravação é a do maestro Leonard Bernstein, à frente da Orquestra Sinfônica e Coro da Rádio da Bavária. Frank Lopardo, Frederica Von Stade, Cornelius Hauptmann e Arleen Augér formam o quarteto de solistas.

Bem, a letra... A letra é a mesma de qualquer missa católica. Os vídeos têm legenda em espanhol.

Kyrie - prestem atenção no canto da soprano (Frederica von Stade).



Gloria



Laudamus Te



Gratias agimus



Domine Deus - tentem ouvir o diálogo entre as cantoras.



Qui tollis peccata



Quoniam tu solus



Jesu Christe



Credo



Et Incarnatus est



Sanctus



Download de uma gravação óóóótema, com Raymond Leppard (Filarmônica de NY), Kiri te Kanawa, Ilena Cotrubas, Hans Sotin, Werner Krenn e o coro John Aldis aqui

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